“Ano do Tigre terminando… e o Coelho chegando em fevereiro (segundo minha amiga Adri Mello)… fiquei feliz por saber que não o novo ano começara tão triste, mas sim o passado terminou assim.
Após a tragédia, vem a bonança! E segundo os chineses, devemos tratar o Tigre como uma purificação, um recomeço repentino, que será concretizado no Coelho, quando precisamos de um descanso após tantas mudanças… a harmonia a reinar! Até porque logo depois vem o Dragão e seu fogo intenso…

O Montanhismo fica órfão… nós perdemos O AMIGO, e ganhamos uma HEROÍNA (como disse Caiozito).
A Natureza, nas tão desrespeitadas montanhas brasileiras, se revolta contra sua espécie mais irresponsável. E mexe com os ânimos dos mais sensíveis, mas também com os dos aproveitadores.

Ano do Coelho. Hora de levantar a poeira, tirar a lama da porta de casa, juntar os cacos (como falou o ilustre Gerardinho), ajudar quem precisa, se desapegar, preparar a transformação, transformar-se, acordar!
Se tocar de que se sobramos vivos, não é à toa. Temos que produzir, ter coragem e ser eficientes em mudar as direções quando necessário, e em insistir quando convém. Em fim, refletir…

Precisamos trabalhar sim – afinal nosso habitat só está se acabando por nossa conta mesmo. E ainda há aqueles (muitos) que não perceberam seu quinhão de culpa, e continuam mantendo suas rotinas para fabricar $ifras e poder, e depois gastar, numa linha reta viciosa, de se desgastar para depois compensar-se comprando saúde e lazer. Como se isso fosse trabalhar.

Precisamos sim nos esforçar para concertar o que fizemos a nós mesmos. Não vai cair do céu! Basta sermos verdadeiros nos sentimentos… pensemos em nós e nos outros verdadeiramente, estudemos com mais calma, cada ação no seu lugar e hora, passo a passo… paciente, se vai longe. Não deixemos rastros de sujeira para os próximos… é covardia! E uma imensa falta de amor, porque os próximos podem ser nossos filhos.

Tentemos nos indianizar um pouco que seja, simplificar a vida, minimizar nossos atos, compartilhar ações e frutos. Nem tudo deve ter valor financeiro, aliás, só as coisas desimportantes o tem. Somente mudando a nós mesmos, teremos força e união para destituirmos do poder aqueles que só fazem mal a todos, até aos próprios filhos! Esta história é longa – desde a expulsão dos povos que viviam em um paraíso de terras verdes que não tinham donos – e, por isso, difícil de mudar… precisamos, ao menos, da maioria.”

Esta é a mensagem do Abrigo do Elefante para 2011. Fruto do aprendizado de sete anos com o povo desta Montanha… Desejando, então, que outros despertem do entorpecimento causado pelos confortos da vida moderna.

 

Ana Alvarenga – 07 de fevereiro de 2011.
Abrigo do Elefante – Acesse o site {+}

 

Veja aqui {+} a entrevista feita com Ana Alvarenga para o site Mulheres na Montanha!