Boulder invertendo o tempo Milho Verde

Chamá-la de inspiração é pouco
Chamá-la de sinistra é pouco
Chamá-la de corajosa é pouco
Chamá-la de maravilhosa é pouco
Chamá-la de ousada também é pouco

Ela é tudo isso? Sim
Sueli Gomes para mim é resistência, provando que não existe idade para começar a escalar e muito menos encadenar vias esportivas difíceis. Inclusive para mulheres, num país ainda com índices altíssimos de práticas machistas e de etarismo.

Para mim é uma honra trazer essa mulher fantástica e torço que venha a inspirar mais mulheres a começarem a escalar depois dos 50/60 anos e tornarem suas vidas cheias de momentos incríveis e inenarráveis que só quem escala ou sobe uma montanha entende.

Boa leitura!

1 – Nome, idade, onde nasceu, onde mora atualmente e profissão?
Sueli Gomes. Nasci em Curitiba. Moro na Serra do Cipó, MG
Sou aposentada

2 – Como a escalada surgiu na sua vida e quem levou 1º quem, você ou Francine?
Tenho dois filhos escaladores, Francine e Fabinho. Acompanhei toda a evolução deles na escalada.
Depois de muita insistência me aventurei nos primeiros passos na escalada.

3 – Possui alguma rotina de treinamento? Conta pra gente.
Treinar pra mim é muito importante para manter em dia a escalada. Como comecei um pouco tarde, efetivamente aos 46 anos. Antes disso dava umas investidas na rocha. No momento treino com Laura Valverde no muro . De 2 a 3 vezes vou pra pedra.

4 – E a alimentação? Como vegana, o q diria da eficácia dela para a escalada?
Creio que a alimentação vegana foi muito importante pra vida! Ajuda, pois me sinto em paz com minha consciência. Não saberia dizer em termos de performance.

5 – Conta um pouco sobre suas cadenas mais inesquecívesi e como foi o processo?
Creio que meu primeiro 8ª foi um divisor de águas. Dali em diante percebi que posso me aventurar em vias mais duras. Todas as cadenas tem um gostinho especial, de superação, sobretudo na minha idade!

6 – Algum projeto? Pode contar?
Tenho muitos projetos, desde 7os até 8c, grau que quero mandar até os 65 anos!
Estou trabalhando um 8b (Mãos de Velcro), mas priorizo me divertir e escalar com as amigas.

7 – Você e Francine já trabalharam juntas no mesmo projeto de via? Como é ter uma filha
parceira na escalada?
Trabalhar projetos com os filhos fica difícil, não consigo!
Mas quando escalamos juntas é muito bom!

8 – Você pratica mais boulder e vias esportivas, já fez vias longas ou tradicionais de
parede?

Faço mais vias esportivas. Sempre gostei. Mas gosto também de apertar nos boulders!

9 – Já sofreu práticas de etarismo na escalada? Alguém já duvidou da sua capacidade como mulher em uma determinada via?
É raro. Uma única vez me senti mal! Um piá me falou que a via que eu queria entrar não estava equipada.Tipo como se eu não desse conta de equipar! Creio que foi preconceito duplo por ser mais velha e mulher!

10 – Você inspira demais a mulherada, gostaria de deixar um recado para elas e também para as que ainda não te conhecem?

Um recado simples que vale pra tudo na vida das mulheres: Nunca deixe ninguém duvidar da sua capacidade! Podemos tudo, cada qual na sua escolha, no seu tempo e condições!!

Forte abraço!